Reconhecimento internacional marca novo capítulo para a pecuária baiana
Em uma cerimônia de grande importância para o setor agropecuário da Bahia, realizada nesta sexta-feira (6), em Paris, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) oficializou um marco histórico: o Brasil, incluindo a Bahia, foi reconhecido como Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. O evento contou com a presença de autoridades brasileiras e representantes do agronegócio, entre eles o secretário estadual da Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo, que representou o estado na solenidade.
O que significa ser Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação?
O novo status sanitário representa um nível de excelência em defesa agropecuária. A partir de agora, o Brasil integra um seleto grupo de apenas 65 países no mundo que possuem essa certificação internacional, emitida pela OMSA. Esse reconhecimento atesta que o país — e em especial a Bahia — conseguiu erradicar a febre aftosa sem a necessidade de vacinação, mantendo o controle da doença de forma eficaz e sustentável.
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Esse avanço não apenas reforça a segurança sanitária, mas também abre novas portas para o comércio internacional, permitindo o acesso a mercados mais exigentes, como União Europeia, Estados Unidos, Japão e China.
O papel estratégico da Bahia na conquista
A Bahia teve uma participação decisiva nessa conquista nacional. O estado abriga o maior rebanho bovino do Nordeste, com aproximadamente 11 milhões de cabeças de gado, segundo dados da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB).
O secretário Pablo Barrozo destacou o esforço coletivo para alcançar esse resultado:
“Essa certificação projeta o Brasil e a Bahia no cenário global, abrindo portas para mercados exigentes. É uma vitória para todo o setor agropecuário baiano. Nosso estado ganha ainda mais competitividade e valor agregado em suas exportações”, afirmou Barrozo.
Histórico de investimentos e políticas públicas
A trajetória até o reconhecimento internacional envolveu décadas de trabalho integrado entre o setor público e privado. Desde a criação da ADAB em 1999, a Bahia tem investido fortemente em:
Estruturação de barreiras sanitárias
Capacitação de profissionais
Monitoramento epidemiológico constante
Campanhas educativas para os produtores
Modernização de laboratórios e centros de vigilância agropecuária
O secretário enfatizou:
“É o resultado de um trabalho técnico consistente, com investimentos em estrutura, equipamentos e, sobretudo, na capacitação das nossas equipes. Sempre tivemos como prioridade garantir a segurança sanitária e fortalecer o agronegócio baiano.”
Impactos econômicos e oportunidades para o agronegócio baiano
Com o novo status sanitário, a expectativa é de um salto expressivo nas exportações de carne bovina da Bahia. Em 2024, o estado exportou aproximadamente 6 mil toneladas de carne, com receita superior a R$ 26 milhões.
Com o selo de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, a tendência é que esses números aumentem consideravelmente nos próximos anos. A valorização da carne baiana nos mercados internacionais é esperada, tanto pela qualidade do produto quanto pela segurança sanitária agora reconhecida mundialmente.
Principais mercados-alvo
Com a certificação, a Bahia e o Brasil podem ampliar suas exportações para países que exigem altos padrões sanitários, como:
União Europeia
China
Japão
Estados Unidos
Coreia do Sul
Além disso, novos acordos comerciais devem ser facilitados, ampliando a presença da carne baiana em diferentes continentes.
Entenda o que é a Febre Aftosa
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa, que afeta animais com casco fendido, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Os principais sintomas incluem:
Febre alta
Feridas dolorosas na boca e nas patas
Redução na produção de leite
Perda de peso e apetite
Dificuldades na locomoção
Além dos prejuízos para a saúde animal e a produtividade, surtos de febre aftosa acarretam embargos comerciais, afetando diretamente as exportações e a economia local.
Como o Brasil controlou a doença
O processo de erradicação da febre aftosa foi resultado de um robusto programa nacional de defesa sanitária animal, com apoio da iniciativa privada e dos governos estaduais. Entre as medidas adotadas estão:
Campanhas periódicas de vacinação (até a certificação)
Monitoramento ativo de focos da doença
Rigoroso controle de trânsito de animais
Parcerias com órgãos internacionais de vigilância sanitária
A importância estratégica para o agronegócio baiano
Com esse novo cenário, a Bahia consolida-se como uma potência agropecuária, não apenas no Brasil, mas com alcance global. O status sanitário fortalece a imagem do estado como fornecedor confiável de alimentos de qualidade, atendendo aos padrões internacionais mais rígidos.
Além disso, outros segmentos do agronegócio também devem ser beneficiados, como a produção de:
Couro
Laticínios
Genética animal (exportação de embriões e sêmen)
Próximos desafios: manter o status e ampliar o controle sanitário
Apesar da conquista, o trabalho de defesa agropecuária não para por aqui. Manter o status de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação exigirá vigilância contínua, com foco em:
Monitoramento de fronteiras
Resposta rápida a qualquer suspeita de foco
Manutenção das estruturas de vigilância epidemiológica
Capacitação contínua de veterinários e técnicos
A OMSA realiza auditorias periódicas, e qualquer falha pode comprometer o status sanitário. Por isso, o governo baiano, por meio da Seagri e da ADAB, já trabalha em planos de manutenção e fortalecimento das ações preventivas.
Conclusão: um marco para a Bahia e para o Brasil
O reconhecimento da Bahia como parte da Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação representa uma conquista histórica para o agronegócio brasileiro.
Além de ampliar as oportunidades de exportação, o novo status sanitário eleva a imagem da produção pecuária da Bahia a um novo patamar de qualidade, confiança e sustentabilidade.
O desafio, a partir de agora, é garantir a manutenção desse padrão de excelência, proteger os rebanhos e continuar promovendo o desenvolvimento econômico sustentável em todas as regiões produtoras do estado.
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