Petrobras e Braskem blindam futuro com contratos de R$ 98,5 bilhões em renovações estratégicas
A Petrobras e a Braskem, duas das maiores empresas do setor energético e petroquímico do Brasil, anunciaram a renovação de contratos de fornecimento de matéria-prima no valor total de US$ 17,8 bilhões, equivalentes a impressionantes R$ 98,5 bilhões. Os acordos, de longo prazo e com validade de até 11 anos, foram comunicados pelas companhias na noite de quinta-feira (18) e visam garantir a continuidade das operações e o suprimento de insumos cruciais.
Essas novas parcerias substituem contratos que estavam próximos do vencimento e foram negociados com base em referências internacionais, assegurando preços competitivos e previsibilidade para ambas as partes. A Petrobras, além de fornecedora, é acionista da Braskem, detendo 47% das ações com poder de voto, o que adiciona uma camada estratégica a essa relação comercial.
A magnitude desses acordos reforça a importância da Braskem no cenário petroquímico global e a confiabilidade da Petrobras como provedora de insumos. A continuidade dessas operações é vital para a cadeia produtiva de plásticos e diversos outros produtos que impactam o dia a dia da sociedade. Conforme informação divulgada pelas próprias companhias, os detalhes dos contratos foram apresentados em comunicados a investidores.
Renovação de Fornecimento de Nafta Petroquímica
Um dos pilares do novo acordo envolve a venda de **nafta petroquímica**, um derivado do petróleo fundamental para a indústria. Estes contratos abastecerão as unidades da Braskem localizadas em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul. A negociação prevê uma quantidade mínima de retirada mensal, com flexibilidade para ajustes e a possibilidade de alcançar volumes significativos.
Estima-se que a quantidade de retirada possa chegar a **4,116 milhões de toneladas em 2026** e a **4,316 milhões de toneladas em 2030**. O valor total estimado para a venda de nafta ao longo dos cinco anos de vigência do contrato, a partir de 1º de janeiro de 2026, é de **US$ 11,3 bilhões**, demonstrando a escala da operação.
Garantia de Etano, Propano e Hidrogênio por Mais Tempo
Outro ponto crucial do acordo é a continuidade do fornecimento de **etano, propano e hidrogênio** para a unidade da Braskem no Rio de Janeiro. Entre 2026 e 2028, o contrato manterá a quantidade atual de 580 mil toneladas em eteno equivalente ao ano, com produção originada na Refinaria Duque de Caxias (Reduc).
A partir de 2029 até 2036, o contrato prevê um aumento para **725 mil toneladas em eteno equivalente ao ano**. Esse incremento visa atender à expansão da capacidade da Braskem, com produção a partir da Reduc e/ou do Complexo Boaventura (antigo Comperj). O valor estimado desta negociação, com vigência de 11 anos, é de **US$ 5,6 bilhões**.
Propeno: Abastecimento Estratégico para Múltiplas Unidades
O terceiro acordo firmado diz respeito à venda de **propeno**, com origem nas refinarias Reduc (RJ), Capuava (SP) e Alberto Pasqualini (RS). As quantidades contratadas são de até 140 mil toneladas anuais em Capuava e 100 mil toneladas na Reduc.
Para a Refinaria Alberto Pasqualini, foi contratada uma quantidade escalonada que aumentará anualmente, começando com 14 mil toneladas e chegando a 60 mil toneladas ao final do período de cinco anos. O valor estimado para este contrato é de **US$ 940 milhões**, com vigência a partir de 18 de maio de 2026.
Mudanças na Braskem e o Posicionamento da Petrobras
A Petrobras, além de ser fornecedora, detém uma participação relevante na Braskem. Atualmente, a Novonor (antiga Odebrecht), controladora da Braskem, está em processo de recuperação judicial e busca vender sua participação na petroquímica. Recentemente, a Novonor comunicou um acordo de exclusividade com o fundo de investimentos Shine, assessorado pela IG4 Capital, para a venda de 50,111% das ações com poder de voto.
Diante dessa movimentação, a Petrobras informou que está **monitorando a situação** e avaliará o exercício de seus direitos societários. Estes incluem o direito de preferência, que permitiria à estatal assumir a compra da fatia da Novonor, ou o direito de tag along, que possibilitaria vender sua participação ao novo entrante nas mesmas condições. A empresa afirmou que analisará os termos e condições da transação antes de tomar uma decisão, mantendo a opção de preservar sua posição acionária atual. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já manifestou publicamente o otimismo em relação ao potencial da Braskem.











