Um crime brutal cometido no litoral baiano ganhou proporções mundiais. A busca por justiça ultrapassou as fronteiras do Brasil e alcançou o radar de mais de 190 países. O motivo? Interpol inclui foragido por assassinato de nutricionista na lista vermelha internacional, após um crime que chocou a Bahia e o país inteiro.
A inclusão de suspeitos brasileiros nessa lista é rara — e sinaliza que as autoridades veem o caso como prioridade máxima. O episódio que resultou na morte da nutricionista Larissa Pavan de Assis, em dezembro de 2024, em Camaçari (BA), é descrito como um dos crimes mais frios da região.

O alerta internacional foi confirmado em reportagem do portal É Notícias, que detalha a inclusão dos principais suspeitos na difusão vermelha da Interpol, com controle A-14701/10-2025.
Sumário do conteúdo
O crime que chocou a Bahia
A tragédia ocorreu em 7 de dezembro de 2024, quando Larissa Pavan, nutricionista e influenciadora local, voltava de Guarajuba, distrito de Camaçari. O veículo em que ela estava foi alvejado por diversos disparos. Segundo a investigação, os tiros partiram de um Jeep Renegade branco, conduzido pelos suspeitos Marlon Ribeiro dos Santos e Fábio Ribeiro.
De acordo com o inquérito, obtido pelo É Notícias, Larissa foi atingida fatalmente, enquanto outros ocupantes sobreviveram feridos. O caso gerou ampla repercussão na Bahia, especialmente por se tratar de uma jovem profissional reconhecida na área da saúde e muito ativa nas redes sociais.
Em 17 de julho de 2025, um dos acusados — Felipe Melo Ribeiro — foi preso pela polícia baiana. No entanto, Marlon Ribeiro dos Santos e Fábio Ribeiro fugiram logo após o crime e seguem foragidos. Ambos são considerados armados e perigosos, segundo o alerta da Interpol.
Leia também:
Quem são os procurados pela Interpol
🔴 Marlon Ribeiro dos Santos
Natural da Bahia, nascido em 23 de fevereiro de 2000, Marlon possui antecedentes em diversos estados, conforme registros disponíveis no Jusbrasil. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 2ª Vara Criminal de Camaçari em 5 de setembro de 2025.
A Justiça pediu sua inserção na lista da Difusão Vermelha da Interpol, uma das medidas mais severas de cooperação policial internacional. O documento classifica Marlon como “armado, perigoso e com risco de fuga”.

🔴 Fábio Ribeiro
Cúmplice direto do crime, Fábio Ribeiro também teve mandado expedido e é procurado. Fontes da polícia informaram ao portal Correio 24 Horas que ele teria deixado o estado logo após o atentado e possivelmente buscado refúgio fora do país. Sua inserção na lista vermelha é iminente, segundo autoridades da Bahia.

Como funciona a lista vermelha da Interpol
Pouca gente sabe, mas a difusão vermelha não é um “mandado de prisão internacional”, e sim um pedido global de localização e prisão provisória para fins de extradição. É o nível mais alto de alerta emitido pela Interpol.
Quando a Interpol inclui foragido por assassinato de nutricionista na lista vermelha internacional, isso significa que:
- O acusado pode ser detido em qualquer um dos 196 países membros da organização;
- O Brasil deve, em seguida, formalizar o pedido de extradição ao país onde o suspeito for encontrado;
- O nome e a imagem do procurado passam a constar em bases de dados de fronteira, aeroportos e embaixadas.
Segundo o próprio site da Interpol, a difusão vermelha é “um pedido para localizar e prender, provisoriamente, uma pessoa procurada para extradição”.
No caso da Bahia, o pedido foi emitido após o Ministério Público confirmar que os suspeitos deixaram o território nacional logo depois do crime.
Impacto da decisão e mobilização policial
A inclusão dos acusados na lista da Interpol teve um impacto imediato na condução do caso. As buscas foram ampliadas para aeroportos e fronteiras terrestres. Segundo informações do portal Metrópoles, a Polícia Federal já atua em conjunto com adidâncias policiais brasileiras em países da América do Sul e Europa.
O delegado responsável pelo caso em Camaçari, ouvido pelo site É Notícias, afirmou que a inclusão internacional foi “uma resposta necessária à gravidade do crime”.
A repercussão também movimentou as redes sociais. Amigos e familiares de Larissa têm usado as plataformas para pedir informações e manter o caso em evidência. A hashtag #JustiçaPorLarissaPavan alcançou milhares de compartilhamentos nas semanas seguintes à inclusão do nome de Marlon na Interpol.
Os bastidores da caçada internacional
A partir do momento em que a Interpol inclui foragido por assassinato de nutricionista na lista vermelha internacional, o caso passa a envolver uma rede global de inteligência. Dados biométricos, possíveis rotas de fuga e históricos migratórios são compartilhados entre os países-membros.
Especialistas em segurança internacional consultados pelo G1 afirmam que essa cooperação acelera o rastreamento, especialmente quando o fugitivo tenta cruzar fronteiras aéreas.
Além disso, a Interpol também permite que cidadãos reportem informações anonimamente por meio do seu canal de denúncias, o que tem ajudado a localizar fugitivos de alto perfil.
Segundo o Departamento de Polícia Federal, o Brasil possui atualmente mais de 70 nomes ativos na difusão vermelha — e o caso de Marlon Ribeiro se tornou um dos mais recentes.
Repercussão pública e reflexos na Justiça baiana
O caso provocou indignação e pressão política sobre a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Em nota ao Correio 24 Horas, a SSP afirmou que “todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para garantir a captura dos envolvidos”.
Organizações civis e grupos de defesa das mulheres também se manifestaram. O movimento “Mulheres em Ação Bahia”, por exemplo, publicou uma carta aberta pedindo prioridade máxima à investigação e cobrando mais transparência sobre o andamento do caso.
Juristas destacam que a inclusão internacional mostra a seriedade com que a Justiça baiana tem tratado crimes de grande repercussão. Segundo a advogada criminalista e professora Luciana Teles, entrevistada pelo portal UOL, “a cooperação internacional não apenas simboliza justiça, mas também mostra que o crime não compensa, independentemente do país em que se tente se esconder”.
Desafios legais e o caminho da extradição
Mesmo que os foragidos sejam localizados, a prisão não é automática. Cada país tem suas próprias regras para conceder extradição. O processo pode demorar meses, dependendo das condições jurídicas locais.
Entre os principais desafios estão:
- A ausência de tratados bilaterais de extradição entre o Brasil e o país onde o suspeito for localizado;
- Diferenças de sistema legal, que podem impedir ou atrasar o retorno do acusado;
- Apelações em cortes estrangeiras, que muitas vezes protelam o processo;
- Custos logísticos e diplomáticos envolvidos em uma operação de repatriação.
Apesar dessas dificuldades, autoridades brasileiras seguem confiantes. O Ministério da Justiça, em nota ao É Notícias, informou que o Brasil “mantém diálogo ativo com as embaixadas e organismos internacionais de segurança para localizar e prender os envolvidos”.
Conclusão
A decisão de inserir os suspeitos no radar global reforça a mensagem de que o crime não encontra refúgio em fronteiras. A notícia de que Interpol inclui foragido por assassinato de nutricionista na lista vermelha internacional transformou um caso regional em um símbolo de cooperação entre nações.
A busca por justiça pela morte de Larissa Pavan de Assis agora percorre aeroportos, fronteiras e bases de dados internacionais. Embora a prisão dos acusados dependa de uma complexa teia diplomática, o Brasil demonstrou disposição em seguir até o fim.
No fim, mais do que capturar os foragidos, essa medida traz esperança — de que crimes bárbaros, mesmo distantes no tempo e no espaço, não serão esquecidos nem ficarão impunes.















